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{O Ponto do Leigo}


O Ponto do Leigo

By Timoteo PS | 10-07-2019

Desde e o ventre de nossa mãe recebemos informações. Sons que ela ouve, toques que ela recebe ou faz, afetos que ela recebe, palavras que ela ouve e diz, dores que ela sente, o stress que ela passa, os líquidos que ela ingere, a comida absorvida, tudo, tudo mesmo, afeta o bebe que está para nascer. Os cientistas das diversas áreas da medicina têm nos mostrado e comprovado que a criança, já no útero de sua mãe, recebe influências, tanto positivas quanto negativas por parte da gestante, que nesse caso, não só é aquela que irá dar à luz a um ser vivo, como aquela que irá influenciar no desenvolvimento desse feto.

Já de muitos anos é sabido que uma mãe fumante irá gerar um filho dependente químico, e essa criança terá muitas dificuldades em se livras dessa dependência.

Os cientistas já têm provado que o nosso cérebro começa a desenvolver-se, também, no útero de nossa mãe. Lá, as sinapses começam a se formar e a crescer. Estas começam a traçar o conhecimento, o caráter, o formato que irá forçar o indivíduo a tomar um certo rumo em sua vida. Por conta disso é inevitável que seja tão difícil para nós mudarmos alguns hábitos que adquirimos lá no aconchego da barriga de nossa mãe.

O processo de crescimento do indivíduo, tanto físico como mental, é crescente e nunca para. O cérebro evolui constantemente, se assim nós o permitimos. Digo isso porque, apesar de ele começar a se desenvolver na barriga de uma mulher, com o tempo ele pode desacelerar e até mesmo parar de criar as sinapses (ligações químicas, na forma mais simplista de explicar) e então, nesse ponto, para também a aquisição do conhecimento, ficando este somente com o que foi adquirido até o momento ou chegando a casos graves, como acontece no caso de uma doença de Alzheimer - que é uma doença neurodegenerativa progressiva que se manifesta apresentando deterioração cognitiva e da memória de curto prazo e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais que se agravam ao longo do tempo (http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/alzheimer), fazendo com que esqueçamos o conhecimento que foi, até então, adquirido ao longo de nossa vida. Dito isso, prossigo afirmando que, sim, podemos ser empecilho para o nosso cérebro se desenvolver e continuar a adquirir conhecimento. O professor e cientista Pierluigi Piazzi nos fala de forma clara, concisa e divertida, sobre os malefícios que causamos ao nosso cérebro no decorrer dos anos de nossa existência sobre a terra. Uma das coisas que ele sempre afirma é que a televisão “emburrece” o indivíduo, e sua explicação para isso é simples, certeira e cientificamente comprovada: enquanto assistimos televisão o cérebro para de pensar, para de gerar novas sinapses, ele entra em modo de pausa, causando um mal quase irreversível a ele.

Por outro lado, podemos fazer nosso cérebro aumentar sua capacidade de armazenamento de informações, expandir a compreensão das coisas e chegar ao máximo na sua capacidade de raciocínio das coisas que nos cerca, na compreensão de mundo e de como ele funciona.

Aí você me pergunta. Se é assim, por que então existem pessoas mais inteligentes que outras e todas elas têm os mesmos acessos e os mesmos recursos? (Lógico que isso não é verdade, é só para entendermos o que quero expor nesse artigo). O crescimento e a capacidade do cérebro de desenvolver-se é totalmente dependente do ser humano. É preciso querer fazer isso. Alguns buscam, outros não, por isso essa diferença de conhecimentos, mesmo daqueles que tenham os mesmos acessos e os mesmos recursos em um determinado grupo de pessoas.

O fato é que para o cérebro criar novas sinapses, e consequentemente crescer, aumentar sua capacidade de armazenar informações, ter ampliado a sua visão de mundo, é preciso pagar um preço. Você, em algum momento da sua vida, seja na infância, adolescência ou mesmo juventude, passou por aquela situação de acabar de ter uma explicação do seu professor (ou professora) sobre um determinado assunto da matéria e ficar olhando pra ele(a) sem saber o que dizer porque não entendeu nada? Você nem pergunta nada, porque não há o que perguntar, não foi entendido o que acabou de ser ensinado. Pois isso acontece, e muito, independente da idade em que se esteja estudando. A coisa começa a ficar pior quando você começa a querer entender aquilo. Quando você começa a buscar uma resposta para entender o que o(a) professor(a) disse. Você começa a ter alguns sintomas, que nada mais é do que a reação de sobrevivência do seu sistema interno querendo te proteger. Esses sintomas chegam a se manifestar em forma de dor de cabeça, alguns têm ânsia de vômito, outros ficam sonolentos, tudo isso é o seu organismo que causa para fazer você desistir, para que assim você economize energia, é puramente uma forma de defesa que ele encontrou.

Poucos são os que querem pagar esse preço. Poucos são aqueles que perseguem o conhecimento, que lutam pela clareza, que procuram entender o seu entorno, que buscam por novos conhecimentos para se tornarem pessoas melhores e mais capacitadas. Podemos pôr a culpa no nosso governo ou na situação financeira de nossos pais, mas a verdade é que preferimos desistir do que perseguir nossos sonhos, preferimos parar de lutar para poupar energia, poupar-nos da dor, da desilusão, ou mesmo da derrota, mesmo que estas sejam formas de crescimento e de amadurecimento, bem como de capacitação para novos conhecimentos. Podemos então afirmar que o preço a se pagar pelo crescimento é uma barreira e que, muitas das vezes, nos cansa e nos faz parar diante dela, sem continuar o caminho do conhecimento.

Estamos quase chegando ao entendimento do assunto desse artigo: O Ponto do Leigo. Continuemos.

Vamos então relembrar um pouco o que já foi escrito até aqui. Seu cérebro se desenvolve a partir do ventre de sua mãe. Depois disso ele continua a crescer, no entanto, ele só continuará a se desenvolver se você conseguir ultrapassar a barreia da dor (quebrá-la).

A barreira da dor é aquela que causa, literalmente, uma dor em nosso corpo, como já descrevemos acima. Essa barreira pode ser de vários tipos, como por exemplo, a da decepção amorosa. Uma pessoa que passou por uma decepção amorosa traz dentro de si uma grande dor, um aperto no coração, um embargo na garganta, uma vontade de gritar, um forte desejo de manter a mente ativa em coisas que não lembrem aquele momento sofrido e amargo. Por causa desse tipo de sentimento essa pessoa deixa de crescer porque não vê nesse um processo de crescimento. Quando ela se der conta disso, ela quebra a barreira e poderá continuar a seguir em frente e obter novos conhecimentos.

Um outro exemplo de barreira é o da vergonha. A vergonha é uma das barreiras mais fortes que existem para impedir um indivíduo de crescer, de fazer novas sinapses em seu cérebro. Esta dor, quase sempre, o faz ficar parado do lado de cá do muro, olhando por sobre ele, vendo os benefícios que há do outro lado, mas sem forças para quebrá-lo e prosseguir em frente, justamente porque dá muita vergonha fazer isso, você consegue entender isso? Sim ou não?

Se a barreira (que na grande maioria das vezes é a dor, a vergonha, que é um tipo de dor também, o medo, ou até mesmo uma enfermidade, dentre outras tantas) é o impedimento para prosseguirmos em um processo evolutivo de crescimento de conhecimentos, podemos então, aqui, afirmar que essa barreira é o seu Ponto do Leigo. O Ponto do Leigo nada mais é do que o ponto onde você está parado no seu conhecimento. Você chegou a uma barreira e precisa ultrapassá-la, pagando o devido preço, para desvendar e clarear o que não está entendendo no momento, naquele exato momento. Vamos a um exemplo simples e que quase a maioria das pessoas já passaram. Vamos pegar aqui a analogia do professor e seu aluno. Vamos pegar a matéria aprendida na escola chamada de alfabetização. O aluno, na sua convivência diária com seus pais, amigos, parentes, vizinhos e outros, entra na escola. Muitos já vêm de lá sabendo falar, sabendo se comunicar, para não morrer de fome e nem de sede. Ele chega achando que já sabe de tudo do mundo. Pois bem. Lá vem a professora com umas figuras esquisitas dizendo que aquilo ali é chamado de letras e que são os sons que produzimos, e se não bastasse é assim que escrevemos no papel o que falamos. Nesse momento, 99.99% das crianças entram no Ponto do Leigo no que se refere a alfabetização. Elas não conheciam aqueles desenhos, não sabiam o que significavam e como são tão importantes para suas vidas. Começa então o processo de quebra da barreira (do Ponto do Leigo). Todos têm de pagar o preço, inclusive a professora (mais que todos), para quebrá-la e prosseguir a caminhada. Mas, infelizmente muitos não aguentam o tranco e desistem, ficam parados no aprendizado, não conseguem evoluir porque o preço é muito alto.

Veja bem. O Ponto do Leigo pode ser várias coisas, várias dores. Quando você está entrando em seu primeiro emprego você passa por um desses Pontos do Leigo. Você chega a uma profissão que não conhece, não sabe o que fazer, você é completamente leigo naquele assunto. Você precisará pagar um preço que é quebrar essa barreira, mesmo que isso lhe cause muita dor. Quando você faz isso você quebra o seu Ponto do Leigo sobre aquele assunto específico (ah sim, esqueci de dizer que o Ponto do Leigo é específico, por isso temos muitos deles) e pode seguir em frente até se deparar com outro. Se não quebrar o seu Ponto do Leigo você ficará estagnado, não conseguirá avançar e pagará um outro tipo de preço diferente e esse preço pode ser a sua demissão daquele emprego, já que você não conseguiu aprendê-lo.

Aí está então. O Ponto do Leigo é justamente o momento em sua vida em que você se depara com um assunto que desconhece e por causa disso não consegue entender aquilo, consequentemente deixa de crescer, deixa de criar novas sinapses. Quando você chega ao Ponto do Leigo você precisará tomar de duas uma posição: ou o quebra e evolui, ou para e estagna. Qual a importância de se saber disso? Você pode estar se perguntando isso nesse exato momento. A importância é que a destruição do Ponto do Leigo o leva a um patamar que outros já descobriram. A razão pela qual poucos empreendedores têm sucesso, alguns funcionários são bem sucedidos, pouquíssimos homens de negócio sempre acertarem, está na capacidade de eles saberem organizar dados, criar informações com esses dados e gerar previsões certeiras com eles através de ferramentas para tal. Aqui está uma das grandes vantagens de se ultrapassar a barreira do Ponto do Leigo, de seguir em frente. Somente aqueles que fizeram isso conseguiram vitórias em suas carreiras profissionais e pessoais. Lembre-se que aprender nos liberta da ignorância e é essa que não nos deixa seguir em frente. Uma criança, ao se deparar com uma situação que lhe cause medo se contrai, fica assustada, e se isso não for tratado pelos pais será um empecilho em sua vida futura, todos que são pais, como eu, sabem disso.

Muito bem. E como podemos tratar isso? Para alguns é mais fácil e para outros é muito difícil. Há caso de Ponto do Leigo em que a pessoa terá de procurar ajuda médica, psiquiátrica, amiga, paternal, mas o fato é, terá de passar pela dor para quebrá-la. Não sei qual é o seu Ponto do Leigo, sei quais são os meus, mas tenho de incentivá-lo a quebrá-lo(s) para que você seja uma pessoa menos estressado, menos infeliz, menos egoísta, mais equilibrada, mais ponderante, mais observador, mais qualificado, mais produtivo. Com toda certeza, se o seu desejo é ser bem sucedido, em qualquer área de sua vida, você precisará reconhecer seus Pontos do Leigo e pagar o preço para destruí-los, para então, finalmente chegar lá. Não se engane, sem pagar a dor você não chegará lá, chegará perto talvez, mas não chegará ao destino que a vida lhe proporcionou que chegasse.

Um abraço e até nossa próxima leitura.


Para Pensar...

"É preciso remover o Ponto do Leigo da jogada, ou você está fora! Não se engane, sem pagar a dor você não chegará lá, chegará perto talvez, mas não chegará ao destino que a vida lhe proporcionou que chegasse."



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